segunda-feira, agosto 18, 2008

Eugénio de Andrade


A boca,

onde o fogo
de um verão
muito antigo

cintila,

a boca espera

que pode uma boca
esperar
senão outra boca?

espera o ardor
do vento
para ser ave,

e cantar.
Eugénio de Andrade

1 comentário:

disse...

a minha boca fica assim, sem saber o que dizer, perante esta boca tão grande.
E depois esta : "O que pode uma boca esperar ... senão outra boca !" ... mata-me ! muito bem escolhido !